CNM: Estudos de Impacto de Vizinhança Municipal terão de incluir análise da mobilidade urbana
sexta-feira, 21 de junho de 2024, 13h06
Os Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) dos Municípios terão de incluir análise de mobilidade urbana. A obrigatoriedade está prevista na Lei 14.849/2024, sancionada nesta quinta-feira, 2 de maio, que altera o Estatuto da Cidade – instituído pela Lei 10.257/2001. O EIV é um instrumento previsto no Estatuto desde sua aprovação há quase 23 anos. As áreas de Planejamento Territorial e Habitação e de Transporte e Mobilidade da Confederação Nacional de Municípios (CNM) acompanharam o debate e a aprovação da alteração no Congresso Nacional.
A CNM relembra que o Estatuto da Cidade regulamentou a execução geral da política urbana pelos Entes municipais; fixou as normas urbanísticas; e listou os instrumentos básicos - dentre eles o estudo de impacto de vizinhança. Já consta, no artigo 37 da legislação, a análise da geração de tráfego e da demanda por transporte público na elaboração do EIV. Além disso, há previsão da análise do adensamento populacional, equipamentos urbanos e comunitários, uso e ocupação do solo, valorização imobiliária, ventilação e iluminação, paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Em relação aos deslocamentos, a legislação sancionada agora adiciona o conceito de mobilidade urbana nas análises mínimas, envolvendo a integração e implementação de infraestruturas que promovam o transporte ativo e a pé, além da integração eficiente entre os diversos modos de transporte. Adicionalmente, a acessibilidade universal ganha visibilidade, garantindo que todos os cidadãos, incluindo pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida, possam acessar e utilizar os espaços urbanos de forma segura e confortável.
A CNM explica que a regulamentação do EIV não é obrigatória, mas pode ser aplicada mesmo nos Municípios que não têm obrigatoriedade de elaborar o Plano Diretor. Para os Municípios que regulamentaram o instrumento no plano diretor, é importante observar essa atualização para contemplar o conceito da mobilidade urbana nas revisões do plano ou demais normativos em que o EIV está ou será regulamentado. A gestão municipal, ao optar por regulamentar o EIV, deve definir, por meio de lei, os critérios, os parâmetros e os tipos de projetos que o EIV é aplicável, observando os quesitos obrigatórios citados.
Ferramenta
O EIV é um recurso importante e pode viabilizar as diretrizes do plano diretor, por meio da regulação das atividades de acordo com suas definições, por isso a entidade reforça a importância da integração entre os normativos. Segundo a CNM, esse instrumento é uma ferramenta que apoia no controle e na gestão urbana, por ser um requisito na liberação de licenças e autorizações de construção, ampliação ou funcionamento dos empreendimentos que os Municípios julgarem pertinente via Lei local.
Levando em conta a função social da propriedade, o objetivo é detalhar as potenciais variações positivas e negativas na qualidade de vida da população e na dinâmica territorial que incidirão no entorno do empreendimento. E esse instrumento também pode antecipar e minimizar possíveis conflitos entre os setores público e privado e a população, indicando medidas de prevenção e mitigação dos impactos negativos.
Dúvidas
Para apoiar os Municípios na aplicação dos normativos, a Confederação promove atendimentos técnicos e capacitações às equipes em todas as áreas da gestão, incluindo temas como a elaboração e revisão dos planos diretores e seus instrumentos e demais normativos que envolvem Planejamento Urbano, gestão de tráfego local e mobilidade urbana. Além disso, na biblioteca virtual do site, é possível encontrar notas técnicas e estudos sobre os temas das áreas de Planejamento Territorial e Habitação e Transporte e Mobilidade.
Durante a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, de 20 a 23 de maio, as áreas técnicas de Planejamento Territorial e Habitação e Transporte e Mobilidade da CNM promoverão discussões no tocante a esses e outros assuntos nas arenas temáticas, como gestão urbana com cadastros técnicos multifinalitários e gestão do tráfego municipal.
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Fonte: CNM