Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Prefeito de 65 anos casado com adolescente de 16 pode ser preso? Advogado explica

por Sergio Rodrigo Russo Vieira

terça-feira, 02 de maio de 2023, 13h16

Por incrível que pareça, segundo o advogado Sérgio Vieira, o casamento com a adolescente é considerado legal, mas mesmo assim o prefeito será investigado por nepotismo.

Nesta semana, o caso do prefeito Hissam Hussein, da cidade de Araucária (PR), repercutiu nacionalmente após ele se casar com uma adolescente de 16 anos e promover a mãe da jovem a Secretária da Cultura e Turismo, o que gerou polêmica e fez com que a sogra do prefeito fosse exonerada do cargo e ele fosse investigado pelo Ministério Público do Paraná.

Segundo o advogado e sócio do escritório Nelson Wilians Advogados, Sérgio Vieira, o prefeito pode ser acusado de nepotismo, mas que, ao que tudo indica, o casamento com a adolescente foi legal.

“Para a surpresa de muitos, não foi o casamento com a adolescente que gerou o crime pelo qual o prefeito será investigado e sim o fato de ter empregado a sogra em um cargo público, o que pode configurar nepotismo”.

“O casamento com a adolescente de 16 anos, mesmo com a diferença de idade, é legal, pois de acordo com o artigo 1.517 do Código Civil Brasileiro, o casamento com uma pessoa a partir de 16 anos não configura crime, caso ele seja consentido pelos pais ou responsáveis pelo(a) adolescente, ou em casos de gravidez”. Explica Sérgio Vieira.

“Um detalhe que também chama a atenção é que após o casamento o adolescente é emancipado, o que permite ao jovem ter direitos e deveres de alguém maior de idade, possibilitando realizar transações bancárias, responder a processos judiciais, ter emprego formal, administrar seus próprios bens e assinar contratos em seu próprio nome”.

*Sergio Rodrigo Russo Vieira, formado em Direito em 2006 na Universidade Salvador, assumiu o cargo de Sócio Diretor do escritório Nelson Wilians Advogados em Manaus, que é atualmente é o maior escritório do país e conta com filiais em todos os Estados da Federação, empregando cerca de 2.000 colaboradores e com 450.000 processos ativos em sua base.


Fonte: Jornal Jurid


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